Life is wonderful.

     “Leia um livro”, ela pensou. E tente achar alguém que o substitua. Procure por coisas que preencham seu tempo e esse vazio que ele deixou quando resolveu ir embora.

    “Daqui uns dias você encontra alguém melhor que fará com que você esqueça-o” as pessoas lhe diziam, e ela esforçava-se muito para que isso se concretizasse de fato.  Mas como preencher um espaço já moldado? Ele era aquilo que ela sempre idealizou. Era ele quem fazia com que ela sonhasse a noite e lhe desse sentido a vida, todo dia, por volta das 7h da manhã.

   Encontrou alguns bons caras, outros já nem tanto. Tentou voltar atrás de algumas decisões e de outras fugiu assim que pôde. Ninguém era o que ele foi. Ninguém parecia tão autossuficiente, nem tão decidido ou racional. Ele tinha a beleza que encaixava-se perfeitamente com aquilo que ela procurava, ele tinha poder. Fez, com poucas palavras, algo grandioso em sua vida. Eles compactuavam mais do que sentimento, atração. Compactuavam ideais. E é difícil compartilhar de algo tão único.

     “Largo tudo até hoje conquistado, por nós”, decidiu ela. E não sabendo que tratava-se de um erro sofre consequências.

     Não há mais “nós”, há ela. E talvez um “ele”, que não é mais o mesmo de quase um ano atrás. Mas há marca(s) e incerteza(s).  Ela tende a dificuldades amorosas e concretas pois, aqui jaz.

     Há um certo tempo, meio nublado e frio, sabia que não era feliz e insistiu naquela tola vontade irracional. Sempre intensa fechou os olhos e largou tudo em suas mãos, mas quando abriu... ele já não estava mais lá. Será que ela ainda o procura? Todos tentam se perguntar.

Quem sabe, sabe que isso faz sentido também.

"Se eu disser que tive na mão
A bola do jogo, não acredite
Tententender minha ironia
Se eu disser que já sabia

O jogo acabou de repente
O céu desabou sobre a gente
Tententender, quero abrigo
E não consigo ser mais direto

Que amor era esse
Que não saiu do chão?
Não saiu do lugar
Só fez rastejar o coração..."

                                                                                                                      Tententender - Pouca Vogal