Cada vez que
eu sentia aquele piano ser tocado, era como uma facada que ultrapassasse meu
peito. Ouvindo aquela música eu era, instantaneamente, remetida à nosso
passado. É como se ela fosse capaz de reviver aqueles momentos, mas de forma
negativa.
Assim é também
cada vez que desço do ônibus. Sempre olho bem para trás. Devo tê-lo visto vez
ou outra, mas nunca ficou bem claro pra mim. Acho que até prefiro essa
incógnita, torna toda essa história sem graça em algo, pelo menos, mais
incerto. Até porque ter certeza não serviu de nada.
Olhe pra mim
agora... essa era certeza que tínhamos? Era isso que pretendíamos?
Fale o que
quiser, mas sei que tua intenção era bem mais concreta do que isso. Se tratando
tanto de mim quanto de ti próprio. Esse teu rosto infantil, quase angelical,
pode trair os olhos, mas não consegue enganar o coração. Ficaria muito feliz de
saber caso concordes comigo.
Mas a vida é
assim, seguimos nosso caminho separadamente, como se isso fosse o esperado,
como se tivéssemos nos preparado para estar assim desde o primeiro dia que
habitamos este mundo. Somos hipócritas. Nunca vou conseguir entender esse
desespero que as pessoas têm em fingir felicidade.
Não adianta.
Podemos falar o que quisermos, dizer o que sentimos, transparecer o que temos vontade com tanta facilidade que
nem sempre será real. Mas os olhos estão aqui pra nos trair e
mostrar o que de mais sincero existe em nós...
Então, que
aprendamos a ler os olhares!
"Só mudei de opinião, mas meus sentimentos continuam os mesmos."
Caio F. Abreu
Um comentário:
Saudade de ler uma coisa assim *--*
As vezes me assusta o quão fundo tu consegue tocar as pessoas com oq tu faz. ^^
Parabéns.
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