Não, eu não
fui falar contigo.
No fim, não
fiz o que eu queria.
Sorri nos dias e chorei nas noites em que teu rosto aparecia de forma confusa pra mim. Nada era claro e as imagens, nada nítidas.
Bebi doses de
indecisão, dedicando a ti cada novo copo posto a minha mesa. E sorria com
vontade de correr atrás... mas fui forte.
Cada novo
momento de incerteza, saudade ou qualquer desses sentimentos injustos, criava
minha própria justiça, até que a vida venha e encarregue-se dela.
Dancei, bebi,
chorei, sorri... dediquei todos meus momentos, felizes ou não, a tua falta de
caráter e ao teu desamor. E amei em tua homenagem.
Do nosso amor,
já não existe mais nada. Talvez uma mágoa sofrida e alguns apertos no peito que
estão longe de serem saudade.
A nossa música, que costuma tocar apenas quando quero ouvi-la, não me remete mais as tuas
intrépidas palavras.
Teu rosto, teu
corpo, tua carne formam um novo ser humano qualquer. E já que me abandonaste há
tanto, sinto que hoje posso te abandonar. Mas, por favor, não encare isso com
um adeus. Esteja sempre pronto pro meu “até logo...”
"Deixa eu me perder
Menos que esquecer
Ficar dizendo coisas
Que não me vêm
Ontem eu sumi
Parece estranho, eu sei
Mas escureceu
Pequeno mundo meu
Eu anoiteci..."
Deixa eu me perder
Vitor Ramil
Um comentário:
Perfeito, como sempre ^^
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